Sou muito melhor que todos os meus vícios,
Sabendo que, por eles, sou subjugado,
Compreendo seus efeitos, seus malefícios,
Mas me nego a viver abandonado.

O vício nasce na lacuna deixada,
Num triste sofrimento inacabado,
Vem preencher a vaga desocupada,
Ser companhia para alguém isolado.

Impiedoso controla nossa vontade,
E se faz presente em nosso prazer,
E quem nos vê no vício, diz que é maldade,

Porque não conhece o nosso viver.
Foi pela ausência cruel de uma mulher,
Que eu aprendi a gostar do vício em café.